Divaldo Pereira Franco
Iremos buscar as origens
históricas do passe espírita nos tempos modernos, nas experiências de Franz
Anton Mesmer, por volta de 1775, em Viena, quando o admirável médico austríaco
apresentou à Universidade uma tese a respeito do intercâmbio das energias entre
as criaturas humanas e os astros. A tese de Mesmer passaria à posteridade com o
nome de fluidismo. Porque a Universidade de Viena considerasse a doutrina do
admirável médico como anticientífica, ele recebeu uma proposta em duas
alternativas: abandonar as suas experiências e ficar em Viena, ou abandonar
Viena para dar curso ao seu trabalho de investigação. Mesmer optou por
transferir-se de Viena para Paris, chegando à capital francesa numa época que
precede aos dias da Revolução de 89. Entre as clientes que atendeu no seu
consultório podem ser recordadas Maria Antonieta e outras personalidades da
corte de Luiz XVI.
Foi Maria Antonieta,
principalmente, quem se tornou uma grande divulgadora da energia mesmérica.
Encontrava-se, nessa época, em França, o admirável militar estadunidense,
General Lafayette; ele havia viajado à Europa para comprar armas e, diante da
revolução operada por Mesmer através do "baquet" ou tina das
convulsões - uma grande tina de carvalho, na qual eram colocadas água e peças
de metais imantados e em torno dela vários pequenos bancos e nela própria
diversos orifícios por onde saíam hastes metálicas, que estavam introduzidas no
ímã e nos demais elementos dentro da tina, que as pessoas seguravam com o
objetivo de provocar choques convulsivos ( daí o "baquet" ter passado
à posteridade com o nome de tina das convulsões) - onde as pessoas, por esta ou
aquela razão, entrando num estado alterado de consciência asseveravam estar
melhorando dos problemas psicossomáticos, de que eram objeto e porque Maria
Antonieta, que era portadora de uma grande enxaqueca, asseverasse haver-se
curado ao sentar na tina das convulsões, ele manda essa experiência para a
América, através de uma carta memorável, a fim de que chegasse ao novo Mundo o
último fenômeno que visitava Paris.
Depois da Revolução Francesa, o
"baquet" entrou em relativa decadência. Mais tarde, por volta de
1825, as experiências mesméricas ganharam um admirável colaborador, o marquês
de Puységur, que se tornou um admirável magnetizador. Em 1828, chega a Paris o
jovem professor Hippolyte Léon Denizard Rivail e, diante da moda que tomava
conta dos gabinetes de pesquisas, ele também adotou o comportamento de
magnetizador. (...) Então, esse magnetismo, mais tarde, a partir de 1856, foi
aplicado na terapia de pacientes de vária ordem. À medida que a doutrina
espírita se popularizou, aquela aplicação de energias magnéticas passou a ter o
contributo também fluídico, graças à interferência dos Espíritos.
Fonte: Trechos do Projeto Manuel
P. de Miranda, Terapia pelos passes , Salvador, BA: LEAL, 1996, p.85 - 7.
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